Você saiu da minha vida, mas não foi da forma que eu
pensava, eu achava que tu só sairia se tivéssemos aquelas brigas por motivos fúteis
mas sérias o suficiente para o nosso orgulho tomar conta de nós. E juro que se
fosse assim estaria doendo menos. Mas tu se foi sem motivo, aos poucos, como
uma morte lenta e silenciosa, que quando menos se espera chega, e acaba com
tudo. Chega no momento mais lindo, chega no ápice, chega na hora que tudo
parece estar bem; bem até demais.
Você se foi e eu continuei vendo suas fotos, você se foi só
pra mim. Seu cheiro ainda está aqui comigo, acho que ele não percebeu que
deveria sair da minha cama, afinal tu não vai voltar mais para se unir a ele.
Há toques de você por toda a casa, dá xicara de café que só você poderia usar
ou naquele quadro retrô que você insistia em deixar pendurado na sala mesmo
quando eu brigava porque não ornava com nada.
Você está nas sextas a noite! Eu olho para as
taças guardadas na cozinha, e lembro de nossas danças sextas a noite embaladas
por uma playlist de música antiga criada por nós dois, e que sempre terminavam
com uma boa taça de vinho e muitas risadas sobre como o nosso passo não
combinava ou como nós tínhamos almas velhas juntos.
Eu te sentia! Eu te sentia na minha alma, mesmo não
acreditando em vidas passadas eu sentia que se existisse, você foi o amor de todas
as minhas. Eu sentia como se te conhecesse a séculos, eu me sentia inteira com
você, eu me sentia inteira em você. Eu não sei porque você decidiu ir, nós éramos
tão bons juntos, e nós sabíamos fazer com excelência esse lance de vida a dois
dar certo. Mas você optou ir embora, partir sem adeus, sem explicação, sem uma
mensagem ou uma carta qualquer de despedida.
Eu quero só que você saiba que se um dia decidir voltar, a
chave extra da nossa casa está escondida no mesmo lugar onde você sempre
guardava. Está lá para quando você quiser voltar para a minha cama, que sempre
será nossa, para as nossas sextas a noite, para o nosso amor, para o nosso lar,
para mim!
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